Dia do brinquedo é legal?

Ao levar o brinquedo de casa para a escola as crianças podem aprender muito. Veja o que os especialistas dizem.



Muitas pré-escolas já instituíram que sexta-feira é o dia do brinquedo. Outras não têm um dia estipulado, mas um horário na rotina de atividades dedicado aos brinquedos trazidos de casa. Mas afinal, qual a importância pedagógica de levar os brinquedos para a escola na Educação Infantil?

O objetivo é bem maior do que o de proporcionar alguns momentos de lazer descontraído. "Ao trazer de casa o seu brinquedo, a criança traz um pouco do seu cotidiano fora da escola e vai compartilhá-lo com o grupo", explica Suzy Março de Souza, coordenadora pedagógica do Colégio AB Sabin, de São Paulo. Veja abaixo o que as crianças podem aprender com essa atividade e como ela pode ser organizada.

Desenvolve a Expressão Oral
Levar o brinquedo para a escola e contar para os colegas sobre ele ajuda as crianças a exercitar a expressão oral. "No dia do brinquedo fazemos uma roda de conversa e cada criança é convidada a apresentar o que trouxe, a contar sobre ele", diz Suzy Março de Souza, coordenadora pedagógica do Colégio AB Sabin. "Isso ajuda os alunos a desenvolver a argumentação. Além disso, muitas vezes traz para os educadores histórias do cotidiano dos alunos, já que a criança é levada a contar quem deu o brinquedo ou porque ela pediu para tê-lo, por que o escolheu, com que estava na ocasião da compra, etc", explica.

Mostra a Importância do Partilhar
Na primeira infância, as crianças são naturalmente egocêntricas e vivem em uma fase que precisam descobrir que não são o centro das atenções. Quando levam seus brinquedos mais especiais e queridos para a escola, elas acabam aprendendo a partilhar. "Nesse momento, elas começam a entender que para usar o brinquedo do outro, precisam também emprestar o seu para os colegas. Às vezes é necessária a intervenção da professora para mediar essas trocas", diz Suzy Março de Souza, coordenadora pedagógica do Colégio AB Sabin.

Faz uma Ponte de Afeto
O brinquedo trazido de casa representa, especialmente para as crianças menores, um pouco do lar presente na escola. "Nesse sentido, poder vir para a escola com o brinquedo preferido ajuda a fazer essa ponte simbólica, afetiva, a dar segurança para a criança, especialmente em momentos de adaptação", afirma Josiane Del Corso, coordenadora pedagógica das unidades de educação infantil do Colégio Oswald de Andrade, de São Paulo.

Ensina Responsabilidade
A atividade de levar seu próprio brinquedo para a escola é uma boa oportunidade também para ensinar as crianças a ter responsabilidade por suas coisas. "Cada criança deve se responsabilizar por seu próprio brinquedo e deve aprender a ter cuidado com os dos amigos também", diz Suzy Março de Souza, coordenadora pedagógica do Colégio AB Sabin.

Exercita a Escolha
A escolha dos brinquedos também representa um aprendizado para os alunos. "Estimulamos os alunos a refletir sobre os brinquedos que escolhem para levar a escola. Se alguém traz um minigame, por exemplo, podemos discutir nas rodas de grupo qual a validade dos brinquedos como esse, que têm uso individual ou daqueles que fazem tudo sozinhos", diz Josiane Del Corso, coordenadora pedagógica das unidades de educação infantil do Colégio Oswald de Andrade. Suzy Março de Souza, coordenadora pedagógica, concorda: "Orientamos os alunos a evitar os brinquedos eletrônicos e a preferir aqueles que propiciem um brincar coletivo e não individual". Além disso, segundo ela, há algumas restrições sobre os tipos de brinquedos que podem entrar na escola. "Não permitimos revólveres de brinquedo e nem aqueles que podem levar a movimentos mais exacerbados como as espadas de brinquedo. Os mais adequados são os jogos, as bonecas e os carrinhos", explica.

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Colabore com a vida escolar do seu filho

Sim, ele precisa de ajuda, e a sua é mais importante de todas. Participe organizando a rotina e incentivando o hábito do estudo.
As aulas voltaram, e é hora de começar com o pé direito e muito entusiasmo. Um ano de novas descobertas, amizades e crescimento aguarda o seu filho. E qual é o seu papel nessa história? O de ajudá-lo na jornada, valorizando os estudos e o assistindo no que for necessário. 

"A atitude da família é estruturante", define a psicopedagoga Maria Teresa Messeder Andion, psicopedagoga e mestre em psicologia do desenvolvimento humano, do ensino e da aprendizagem. O que isso significa? Que, sob a batuta de pais que orquestram um dia a dia saudável e estimulante, é muito mais provável que a criança se saia bem nos estudos.

Com a ajuda de especialistas, elegemos maneiras práticas de você colaborar. Trabalhando juntos, o resultado com certeza será um sucesso!


1- Monte um calendário

Comece este ano letivo organizando-se. Junto com o seu filho, monte uma agenda de segunda a sexta-feira, na qual constem todos os horários, cursos extracurriculares e o período dedicado à lição de casa. Esse cartaz dá a ele uma noção de tempo e espaço e, além disso, segui-lo é uma forma de mostrar aos pais que tem responsabilidade, e de se sentir valorizado por isso. "Esse calendário pode ser feito de maneira lúdica, com canetinhas coloridas e até desenhos, dependendo da idade da criança", sugere a psicopedagoga Maria Teresa Messeder Andion.


2- Faça 12 semanas de acompanhamento

"A criança que não tem o hábito do estudo tem de adquiri-lo", constata a psicopedagoga Paula Furtado. Como? Sendo supervisionado pelos pais em casa. A especialista acredita, com base em estudos neurológicos, que 12 semanas de acompanhamento constante são suficientes para assimilar um novo comportamento. Durante esse período, observe se seu filho faz a lição de casa, tira um tempinho para estudar as matérias e lê livros. Passados os três meses, você verá como ele estará mais apto a administrar seus estudos.


3- Garanta boas noites de sono

A rotina em casa tem tudo a ver com o rendimento dos pequenos na escola. Descansada, a criança tem mais disposição para aprender. Sempre com sono e mal-humorada, por outro lado, pode acabar vendo a escola como um estorvo. "O ideal é que a criança durma entre 9h e 10h por noite, pois se movimenta muito durante o dia", aconselha Marli Veríssimo, coordenadora pedagógica do colégio Kinder Kampus, de São Paulo. O conselho aqui é: tome conta para que seu filho durma cedo e acorde bem disposto no dia seguinte.


4- Não o deixe faltar sem necessidade

Ir à escola é a premissa de todos os dias da criança - essa é a atividade principal de sua vida. Faltas, com raras exceções, só devem ser permitidas em caso de doença ou perda de um ente querido. Quando não vai à escola, a criança perde oportunidades de aprendizado e de socialização.


5- Ajude na lição de casa

Nunca faça a lição para o seu filho, até porque é importante que o professor saiba como ele está se saindo nos exercícios. Mas esteja sempre por perto - ou, quando chegar do trabalho, pergunte a respeito - para ler os enunciados em voz alta, tirar dúvidas e incentivá-lo a pesquisar mais sobre o assunto. Tome conta para que ele faça a lição em um local silencioso e bem iluminado.


6- Leia e incentive a leitura

Uma família que ama os livros e lê jornais e revistas cotidianamente certamente estimula o filho a ler também. Afinal, se a leitura é natural naquele ambiente, por que não seria para ele? Leia para o seu filho e também na frente dele e incentive-o a ler dando livrinhos de presente, levando-a a bibliotecas e livrarias e conversando sobre histórias lidas e vistas nos filmes. Tudo isso vai transformá-lo em um leitor apaixonado, o que é essencial para que aprenda mais na escola, seja um cidadão mais consciente e, inclusive, uma pessoa mais feliz. Como diz o ditado, quem lê nunca está sozinho.


7- Deixe bilhetinhos

A escrita, que é a maneira como seu filho será avaliado durante toda a sua vida escolar, também é fundamental. E não é só em classe que ele deve escrever. Estimule a comunicação por meio de bilhetes em sua casa - você pode até comprar uma lousa para deixar na cozinha ou na sala - e peça para seu filho também deixar bilhetes para você. Além disso, deixe que ele ajude na hora de fazer a lista do supermercado, brinque com ele de jogos que envolvam escrita (como o Stop) e dê a ele um diário.


8- Aproxime-se da escola

Se você quer mesmo colaborar com a vida escolar de seu filho, a instituição onde ele estuda tem de ser muito bem conhecida por você. Visite a escola, converse com coordenadores e professores, enfim, entenda que metodologia é usada e informe-se sobre tudo que se passa ali. Assim, você estará por dentro do funcionamento da entidade e dos valores cultivados ali quando seu filho comentar algo em casa. Além disso, sabendo que seus pais são envolvidos, ele tenderá a valorizar mais seu local de estudo.


9- Mantenha a escola informada

Para que professores e coordenadores possam lidar bem com possíveis dificuldades ou singularidades do seu filho, é importante que saibam o que se passa em casa. Não tenha receio de compartilhar crises familiares, perdas de entes queridos etc. Assim a escola tem todos os dados de que precisa para compreender o seu filho como um ser humano completo, com vida escolar e pessoal. 

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07 coisas importantes para se dizer às crianças


Muitas vezes nao nos atentamos em sermos positivos com os nossos filhos. Como assim? Sempre brigamos, chamamos a atenção, repreendemos, mas nos esquecemos de parabenizar, elogiar, por exemplo, quando eles aprendem o que, antes, faziam errado, como colocar a roupa suja no cesto. Parece bobo, né? Mas isso é fundamental para criarmos filhos com autoestima elevada, além de outras características que, prometo, falarei muito em breve por aqui. Pois bem. Nessa linha trago 07 coisas importantes para se dizer às crianças. Além de ser sentir amada, a criança ainda aprenderá a conversar e escutar, coisas que hoje em dia, infelizmente, são raras, né?!?
Então vamos às 07 coisas importantes para se dizer às crianças:
  1. Eu confio em você!

  2. Você tentou e isso é o que importa.

  3. Você sempre _________________ (sorri, ajuda os outros, etc).

  4. Como posso ajudá-lo?

  5. Os pais também seguem regras!

  6. Me conte mais sobre o seu dia (ou sobre a escola, a atividade que frequenta).

  7. Ótimo questionamento!

     

Agora a coisa mais importante que você só pode dizer ao seu filho é: EU AMO VOCÊ!
Todas as frases acima nos ajudam a criar filhos com a autoestima elevada. Isso, no mundo de hoje, e muito importante, afinal, vemos tantas crianças sendo praticamente entregues à babá, cuidadora, creche ou escola. Certamente, se você acompanha o Baby Dicas não possui esse pensamento, porque sabe que sou totalmente contra essa terceirização da criação e da educação da criança.
A responsabilidade de criar filhos é dos pais. A responsabilidade em criarmos cidadãos para o mundo é dos pais. A responsabilidade em criar pessoas mais amáveis para esse mundo louco é dos pais. Portanto, não hesite em dizer aos filhos frases positivas. Claro que precisamos recriminar quando isso for necessário – afinal todo mundo precisa de limites – mas também precisamos elogiar quando eles agem da forma que ensinamos. Não é obrigação deles agir como nós, pais, desejamos, mas se assim agirem, por que então não elogiar?!?
Da mesma forma que nós, adultos, adoramos ser elogiados – por nossos cônjuges, companheiros, chefe do trabalho, amigos – as crianças também gostam, mais ainda, elas precisam para que cresçam se sentindo amadas e não com uma carga enorme de cobrança.
Portanto, a partir de agora, não se esqueça de dizer ao menos 3 vezes ao dia (manhã, tarde e noite) uma das 07 coisas importantes para se dizer às crianças. E, claro, o EU TE AMO a todo momento que olhar para ela! Sim, eu sou daquelas que acredita que o amor é sim capaz de mudar o mundo!

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Como funciona a construção do cérebro (De 0 a 3 aninhos) #Carrossel

A formação do cérebro começa desde cedo — durante a gestação, o feto já sente sabores e escuta sons. Sua construção segue uma linha hierárquica, começando com circuitos simples e evoluindo para os mais complexos. Embora a genética tenha influência predominante, os estímulos e as experiências nos primeiros anos de vida são capazes de formar conexões neurais novas e mais fortes. Cada parte desse processo é crucial para o desenvolvimento do bebê. 







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Coisas que as Crianças nos Ensinam

Uma criança, não sabe nada, e mesmo assim sua vida é o ensinamento mais rico do mundo, para quem for capaz de enxergar esse fato.



1. Para a criança cada dia é diferente do outro. Ou seja, o dia anterior foi o dia anterior e não faz mais parte do seu passado, inclusive os problemas. O novo dia é tudo o que lhe importa, é só o que existe. Aqui ela começa tudo de novo, mas, sem esquecer dos erros, ou daquilo que já aprendeu.

2. Do dia anterior a única coisa que ela traz é o que aprendeu e mesmo assim não sabe disso. Quer dizer, ela não sabe que aprendeu antes como enfrentar uma situação nova, do novo dia que surge à sua frente. Ela apenas enfrenta a nova situação, como se realmente fosse nova, e dedica a ela toda sua energia e experiência acumulada.

3. Os erros que ela cometeu no dia anterior, ela não lembra mais. Mas agora ela já sabe o que é errado, só não lembra onde aprendeu isso. Se lembra, não dá importância. O importante é que ela já sabe como não deve fazer uma coisa que fez errado antes.

4. No processo da descoberta de como resolver uma coisa, há uma imersão total. Toda sua atenção tem apenas um foco, e esta é a solução daquele problema. Ela não consegue deixar para resolver depois, precisa dar uma resposta imediata à aquele contratempo. 
Mas ela não se apega ao problema. Ao invés disso, examina a questão e, caso não encontre a solução de imediato, vai fazer outra coisa. E eis seu grande segredo. Volta depois ao problema, mas, vai examiná-lo de uma forma sempre nova, como se fosse novo, mas, sem esquecer o que já aprendeu com ele. 
E eis que surge, dentro de sua simplicidade, a solução que julga mais adequada, e esta inclui, simplesmente, o descarte daquela questão. Não porque desistiu, mas, antes disso, porque não considera mais aquilo como um problema. Daí pra frente vai usá-lo, mas não como tal, e sim como referência. Feito isso, aquilo deixou de ser um problema e passa a servir de gabarito quando encontrar situações que poderiam resultar em coisas semelhantes. 

5. Na busca por uma solução, como ela não tem conhecimentos sofisticados e a capacidade para complicar as coisas, suas soluções são as mais simples e diretas possíveis.

6. Ela costuma, baseada num problema encontrado, brincar com aquilo durante sua busca por uma solução.

7. Então, problema para uma criança, na maioria das vezes, não constitui de fato um "problema", mas uma necessidade básica de aprendizado e motivação. 
Ambientes que não ofereçam desafios e problemas, não tem a menor graça para elas. Ou seja, problema para elas é quase como se fosse diversão pura, uma oportunidade sem igual para aprender. Tanto que, muitas vezes, ela, mesmo depois de descobrir uma solução, retorna à questão para solucioná-la de outra forma.

8. No processo de busca por uma solução, ela desiste milhares de vezes, tenta milhares de vezes, mas esquecer de verdade, isso nunca ocorre. Lembre-se, mesmo quando descarta a coisa, ainda assim, irá usá-la como medida para outras situações, e isso inclui evitar caminhos que a conduziriam à embaraços semelhantes. 

9. Um novo dia para uma criança, é de fato um novo dia. Esse novo dia não faz parte do dia anterior. É comum as crianças brincarem com seus velhos brinquedos como se tivessem acabado de ganhá-los.

10. Pessimismo para uma criança é ver a mãe ou o pai triste, irmão, amigo ou outra criança doente, ou adultos com problemas, especialmente aqueles que fazem questão de torná-los públicos em sua presença. Otimismo para uma criança é ver um adulto com problemas sorrindo, outra criança doente sorrindo, pessoas da família, tristes, mas sorrindo. No seu mundo, existem apenas dois tipos de problemas, aqueles que devem ser enfrentados não importa a situação daquele momento, e aqueles que devem ser esquecidos se não são importantes naquele momento.

11. Uma criança quando fica, ou está doente, não sabe que ficar doente é ruim. Ela sente os efeitos físicos da doença, mas ela planeja seu futuro como se não existisse obstáculo algum à sua frente. Ela planeja seu dia seguinte como se nada estivesse acontecendo. Não desanima em momento algum, sabe na sua simplicidade psicológica que doença e saúde não estão separadas, tudo é uma coisa só. É muito importante notar que ela nunca diz: "Se eu ficar boa...", e sim "Amanhã quando eu melhorar eu vou fazer isso e aquilo...". Também, ela ainda não teve tempo de desenvolver o apego às coisas, assim medo e insegurança não existe em seu mundo simples. Seu mundo se resume a duas coisas; O dia que ela está disposta para brincar e o dia que não está. Desse modo ela não vê doença e saúde como coisas distintas.

12. Uma criança tem a capacidade excepcional de guardar para sempre os bons momentos e usá-los como experiência pelo resto de sua vida. Tem também a capacidade de guardar para sempre os maus momentos e usá-los como experiência pelo resto de sua vida. Tem também a capacidade de não Ter saudade ou lembrança mórbida, nem de bons, nem de maus momentos.

13. Ela não conta os dias que já viveu ou ainda vai viver. Isso não tem a menor importância. Como ela não baseia sua vida nisso, quer aprender sempre e todos os dias. Ela sequer sabe o que vai fazer com o que aprende ou vai aprender, simplesmente ela quer aprender mais e mais. Se ela vai Ter tempo para usar o que está aprendendo ou vai aprender, isso não faz parte do seu pensamento. Viver para ela é uma coisa muito simples. Ela pensa, amanhã eu faço de novo. Nunca diz, "amanhã eu tento de novo", ou diz, "será que isso vai dar certo amanhã..?". Incerteza para ela é só uma palavra cujo significado desconhece. Fazer, não fazer, tentar e tentar mais, para ela é a mesma coisa.


14. O dia para uma criança, não tem o limite de oito ou vinte e quatro horas. Para uma criança o tempo cronológico não existe. Para uma criança o ano todo é igual a um dia. Noite e dia é a mesma coisa. A diferença é que uma parte é clara e tem sol e a outra não. Apenas o tempo psicológico faz parte de sua vida. E tempo psicológico não trabalha dentro dos ponteiros de um relógio. O tempo psicológico é toda sua vida naquele único minuto ou instante.

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Meu filho não quer comer; e agora?

A cena é conhecida por nove entre dez mães: depois de horas no fogão, preparando a refeição perfeita para o filhote, ele simplesmente se nega a experimentar.

Você faz aviãozinho, monta uma carinha engraçada no prato, usa toda a sua lábia, inventa histórias, promete mundos e fundos se ele provar... mas aquele bebê tão fofinho se revela um monstrinho teimoso, que não tira a mão da frente da boca.

Se forçar, pior ainda: ele cospe tudo, faz que vai vomitar e ainda abre o berreiro. Resultado: você troca o jantar por um iogurte, fica frustrada e o pequeno ainda se alimenta mal. E agora?

Para começo de conversa, saiba que negar comida é um comportamento perfeitamente normal entre as crianças. A nutricionista Teresa Bello explica que a falta de apetite pode ocorrer por diferentes motivos, até mesmo chamar sua atenção, porque o pequeno logo percebe a importância que os pais dão à refeição.

O que não é normal é isso virar hábito, colocando em risco a saúde do seu filho e transformando cada refeição num tormento. Se é o seu caso, vá ao pediatra, porque só um longo tratamento de reeducação pode transformar esse comportamento.


Se a negação acontece só de vez em quando, ou se você tem a sorte de não ter passado por isso ainda, tanto melhor, porque está em tempo de prevenir. Ensinadas desde bem pequenas, as crianças podem aprender a gostar de qualquer tipo de alimento.

Como mudar um hábito é sempre muito difícil, é essencial passar aos pequenos costumes saudáveis desde cedo. Para ajudá-la, reunimos com a ajuda da nutricionista Teresa dicas simples e eficazes para ensinar o pimpolho a comer bem e com prazer.

Até os seis meses, seu filho não precisa de nada além do leite materno

Nesse período de vida, oferecer só leite materno é mais do que suficiente, pois ele supre todas as necessidades do bebê e ainda protege contra doenças, evita diarréia, fortalece a musculatura do rosto e previne problemas de fala. Assim, a oferta de chás e água é desnecessária e ainda pode prejudicar a sucção do bebê. 

Seja um bom exemplo
Quando nasce, a criança tem nas papilas gustativas, localizadas na língua, a determinação genética das preferências e aversões alimentares que terá ao longo da vida. Entretanto, a influência do ambiente em que ela vive, o exemplo dos pais e as experiências positivas ou negativas podem ser mais fortes que a genética.

Ou seja, talvez sua filha naturalmente não se sinta atraída por carne vermelha, mas com o hábito em casa, pode aprender a gostar. Maus exemplos e preconceitos também são ensinados desse jeito.

Talvez ela seja uma fã de frutas por natureza, mas se você não tem o costume de comê-las e ainda faz cara feia quando lhe oferecem uma maçã, é provável que sua filha também adquira resistência a esses alimentos. Depois não adianta exigir que a criança goste de pratos que os próprios pais não comem.

Não insista demaisMãe sempre acha que o filho está comendo pouco e acaba forçando o pequeno a comer mais do que ele precisa ou agüenta. A oferta de um volume de alimentos maior do que a capacidade gástrica da criança diminui o prazer de comer do bebê e aumenta a ansiedade dos pais, alerta a nutricionista Teresa.

Não tente bancar a chef de cozinha testando várias misturasPrefira os alimentos básicos e introduza-os um a um na alimentação do bebê, gradativamente. É no primeiro ano de vida que a criança conhece novos sabores e aprende sobre as texturas dos alimentos, e cabe a você apresentá-los ao pequeno e identificar uma possível intolerância ou alergia. Ofereça uma fruta, um legume ou uma verdura de cada vez, na forma de papa ou purê, amassado com o garfo, nunca liquidificado.

Aposente de vez o aviãozinho.Inventar técnicas para fazer o filho abocanhar a comida, como distrair com um brinquedo ou com a televisão ligada e camuflar o alimento não educam para o prazer de se comer bem. Podem até funcionar na hora, mas perdem rápido seu efeito e você vai ter que exercitar muito a criatividade para criar tantas novas artimanhas. A hora de comer é hora só de comer, prestando atenção aos sabores, texturas, aromas, cores...

Substitua o alimento recusado por outro do mesmo grupo nutricional.
Você insiste no brócolis mas o bebê cospe tudo, abre o berreiro e provoca ânsia de vômito? Tente espinafre. Rejeita o feijão? Ofereça a lentilha. Insistir exageradamente em um alimento específico pode diminuir o prazer com o ato de comer, reforçando a falta de apetite , explica Teresa.

Também vale mudar o jeito de preparar. Ela não quis espinafre refogado? Ponha as folhas no suflê, na omelete, no sanduíche... Lançar mão de ervas e condimentos como pimenta, páprica e curry também pode ajudar muito. A idéia não é encobrir o gosto, mas deixá-lo mais interessante.

A criança deve comer primeiro com os olhos
Nada de gororobas misturadas. Ofereça as comidinhas em porções pequenas e coloridas, dispostas no prato em porções separadas e divertidas. De preferência, que ele possa comer sozinho, com as mãos até.

Deixe que ele descubra as cores, formas, texturas e faça combinações como quiser. Transformar o chato prato-feito em uma refeição lúdica aumenta as chances do pequeno experimentar novidades e aprender sobre o sabor de cada alimento. 

Assim como o humor, o apetite pode variar de um dia para outro
Instabilidade alimentar é normal. Comeu pouco hoje? Compense os nutrientes no dia seguinte. Mas é bom deixar claro: compensar em qualidade, não em quantidade!

Não tenha medo de impor limites
Já foi comprovado que a criança nasce com preferência para o sabor doce e resistência ao amargo. Por isso, é normal preferir chocolate a espinafre. O problema está em deixar de ingerir o alimento saudável e abusar da guloseima.

Até um ano de idade, seu bebê possui um estômago mais sensível, que pode ser irritado pelas substâncias presentes nas porcarias, como enlatados e refrigerantes. Isso compromete a digestão e a absorção nos nutrientes. Resista às birras e estabeleça limites, seguindo horários fixos para fazer as refeições e insistindo em uma alimentação nutritiva.

Use a regra do três
Se seu filho está na fase de contrariar, é bem capaz que diga não só por esporte. Drible as negações propondo um trato. Ele terá que provar cada alimento três vezes para ter certeza de que não gosta. São três garfadas: a primeira para descobrir que gosto tem, a segunda para saber se é bom ou ruim, e a terceira para ter certeza.

Você vai se surpreender ao ver como a terceira garfada faz crianças mudarem de opinião! Se ele realmente não gostar, cumpra a sua parte no trato e deixe a comida de lado ao menos por essa refeição.

Alimento não é recompensa e muito menos castigo
Nada de se comer a salada pode comer a sobremesa ou vai ficar sem ver TV se não raspar o prato. Também não invente de fazer o jogo dele, em chantagens do tipo se comer tudo, a mamãe vai ficar feliz e você vai ganhar uma surpresa . A comida não deve ser vinculada a sentimentos nem prêmios.

Dentro do nível de entendimento da criança, ensine por que é realmente importante comer determinados alimentos: a cenoura é boa para a pele e os olhos, o macarrão e o arroz dão energia e o feijão deixa forte...

Não ceda à chantagem da greve de fome Ele não quer comer o jantar balanceado e insiste em tomar sorvete. Para não deixar o pequeno de barriga vazia, você topa a chantagem e deixa ele se lambuzar à vontade, depois de prometer que vai comer direitinho na próxima refeição.

Sabe o que vai acontecer?
No dia seguinte, seu espertíssimo filhote vai recorrer à mesma tática, se negando a comer o que é certo, em troca dos seus alimentos preferidos. Não caia nessa.

Se ele não quer comer o jantar nem nenhuma das alternativas saudáveis que você ofereceu, deixe ele ir para a cama de barriga vazia. Fome só de sorvete (ou chocolate, ou bolacha, ou pão...) não existe.

Não deixe os lanchinhos melarem a disciplina
Na hora do almoço ele não quis comer nada, mas uma hora depois estava pedindo pelo lanche e se entupiu de biscoitos. Não deixe! Seja firme: se a criança disse que estava sem fome no almoço, vai ter que esperar até a hora certa do lanche e quando ela chegar, vai ter que se contentar com a quantidade correta, mesmo que a fome seja maior.

Continuou com vontade? Ensine a ela a guardar a barriga para o jantar. Depois de alguns dias, seu filhote vai perceber que não tem jogo e é melhor comer o almoço inteiro para não ficar com vontade depois.

O lanche da escola deve ser uma continuação da refeição em casa
A formação de um hábito alimentar saudável continua fora de casa. Para as crianças que fazem as refeições na escola, cabe aos pais conferir se o cardápio é variado, se é elaborado por um profissional e a forma como são apresentados os alimentos. Se o lanche é levado pronto de casa, é importante acompanhar o padrão da alimentação oferecida pela família.

Informe os avós sobre a alimentação adotada para o bebê
Antes de dizer que avô e avó estragam a criança, converse com eles sobre como seu filho está se alimentando. Se um diz que pode e o outro diz que não, o pequeno fica confuso e não sabe a quem deve obedecer. É importante estabelecer regras para que a criança não adquira hábitos negativos em relação à alimentação , diz Teresa. 

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