Durante muito tempo, a criança esteve sob a responsabilidade da
família, era no convívio com os adultos e outras crianças que ela
participava das culturas e construía as normas da sua cultura.
Hoje,
a criança tem a oportunidade de frequentar um ambiente de socialização,
convivendo e aprendendo sobre sua cultura mediante diferentes
interações, na instituição de educação infantil, que é a primeira etapa
da educação básica, e destina-se a crianças de zero a cinco anos e onze
meses, visando a proporcionar-lhes condições adequadas de
desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social, promovendo a
ampliação de suas experiências e conhecimentos. A educação infantil teve
alguns avanços e retrocessos, e hoje busca-se a qualidade na
organização do trabalho pedagógico.
O Brasil avançou significativamente em relação à legislação que
diz respeito ao direito da criança à educação de qualidade, porém ainda
deixa muito a desejar, pois há um grande descompasso entre o discurso e a
realidade. O que temos em relação às orientações do MEC são documentos
riquíssimos que tratam de orientações para um trabalho voltado ao
desenvolvimento da criança como cidadã, proporcionando a ela um convívio
digno para o seu desenvolvimento integral.
Infelizmente, muitas instituições ainda atendem a criança
concebendo o modo assistencialista, diferenciando-se das que apresentam
um trabalho voltado não só para os cuidados infantis, mas para o
eminentemente educacional, uma vez que a instituição de educação
infantil deve ter como eixo norteador o cuidar e educar.
A lei 12.796, recentemente sancionada, tem sua origem no projeto
de lei nº 5.395/2009 e ampliou a abrangência do ensino obrigatório para a
faixa etária de quatro anos. O objetivo é elevar o atendimento do zero
aos três anos para 50% e universalizar o acesso dos quatro aos cinco anos
até 2020. Sendo assim o poder público tem um tempo para se adaptar e
acomodar as situações ainda pendentes nesta etapa da educação básica.
Embora enfrentando muitas dificuldades, o poder público municipal deverá
fazer este atendimento, pois é um direito da criança e tem como
objetivo proporcionar condições adequadas para o desenvolvimento do
bem-estar infantil, como o desenvolvimento físico, motor, emocional,
social, intelectual e a ampliação de suas experiências.
Nessa perspectiva, o atendimento nesta etapa da educação deve
visar ao social, associado à questão da mulher enquanto participante da
vida social, econômica, cultural e política; educativo, organizado para
promover a construção de novos conhecimentos e habilidades da criança; e
político, associado à formação da cidadania infantil, em que a criança
tem o direito de falar e de ouvir, de colaborar e de respeitar e ser
respeitada pelos outros, que são as orientações das Diretrizes Nacionais
para a Educação Infantil. Este documento dispõe sobre princípios e
fundamentos para enfrentar a questão da qualidade do atendimento
infantil por meio da elaboração de proposta pedagógica da
creche/pré-escola e da formação adequada de professores que trabalham
com a educação infantil.
Sendo a educação infantil um campo em constante reflexão e
reconstrução, de conquista na legislação brasileira, o desafio a
enfrentar é a definição de qual é a infância a que reporta-se aqui,
quais as instituições e as culturas que foram produzidas, geradas nesses
caminhos e, sobretudo, do(a) professor(a) de crianças pequenas, seus
saberes e identidades. Tenciona-se com isso indicar a melhoria da
qualidade do atendimento oferecido às crianças brasileiras,
principalmente as joinvilenses, em instituições de educação infantil,
melhoria que incide diretamente sobre a qualificação do profissional
para que este, por meio de um currículo/proposta pedagógica, faça valer o
direito social e humano das crianças de serem educadas e cuidadas e,
assim, de viverem plenamente a infância.
Educação infantil é oportunidade de a criança interagir com o mundo
Sobre o Autor:
Centro Educacional Carrossel - Escola especializada em ensino infantil
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